Universitec sedia encontro para discutir os desafios da cadeira produtiva do açaí no Pará

Publicado em: 12/11/2015 às 19:51
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Pesquisadores, empresas incubadas no PIEBT (Incubadora de Empresas de Base Tecnológica) e a secretária adjunta da Sedeme (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia), Maria Amélia Enríquez, estiveram reunidos no Grupo de Trabalho (GT) sobre os desafios da cadeia produtiva do açaí. O encontro ocorreu no auditório da Agência de Inovação Tecnológica (Universitec), na UFPA, na quarta-feira (11).

O açaí, conhecido por ser altamente consumido no território amazônico, ganha espaço em setores da indústria. Isso faz com que o fruto seja reconhecido como um dos principais commodities da Amazônia. Só em 2008, foram produzidas quase 121 mil toneladas de açaí em todo o país, desses 89% foram produzidos no Pará, segundo o IBGE. Elielson Silva, da Embrapa, afirmou que “boa parte do açaí usado vem das comunidades ribeirinhas. então é preciso cultivar. Um bom manejo é capaz de dobrar a produção do açaí”.

Sócio da Amazon Dreams, incubada no PIEBT, o professor doutor Hervé Rogez discutiu a aceitabilidade do mercado quanto ao método de produção do açaí como fator importante para entender o consumo e promover um melhor aproveitamento da matéria. “Entre os processos que devem ocorrer para o açaí avançar suas fronteiras é a pasteurização. Apesar de se ter uma polêmica a respeito, o que ocorre é que esse processo é fundamental para a venda do produto no sul e no sudeste, por exemplo. Lá eles só consomem o açaí marrom, que é aquele que já oxidou e perdeu seus princípios. Quando bem feita, a pasteurização culmina numa perda de 10% desses elementos, o que é melhor do que não pasteurizar e perder muito mais”.

Amazon Dreams

No encontro, Gonzalo Enríquez, diretor da Universitec, falou sobre o trabalho desenvolvido na Agência e destacou as empresas incubadas no PIEBT que atuam a partir da exploração do açaí, como a Amazon Dreams, que aprovou em recente edital da Tecnova/ Fapespa o projeto “Diversificação da linha de produtos à base de açaí”, na busca de agregar valor aos produtos deste fruto tão característico na flora da região e marcante na cultura do Pará.

“O açaí vem sendo tratado como uma commodity pelas empresas consumidoras de sua polpa, e a Amazon Dreams tem a missão de mudar esse cenário, trazendo produtos de alta tecnologia e inovadores à base de açaí ao mercado, tornando a região um referencial na extração de antioxidantes produzidos com matrizes amazônicas e a partir de tecnologia totalmente desenvolvida na região, tendo como base a sustentabilidade da Amazônia”, explica Afonso Ramôa Jr, CEO da Amazon Dreams.

Criada em 2002 por pesquisadoras da UFPA e um dos grandes cases de sucesso atuais da Universitec, a Amazon Dreams se destaca por desenvolver compostos ricos em antioxidantes a partir de frutos e folhas da região amazônica, como, por exemplo, o açaí.

 

A companhia desenvolveu processos patenteados altamente tecnológicos que utilizam apenas água e bioetanol para a produção de extratos com grau de pureza que atingem valores de até 70%, além de outros produtos, como o óleo de açaí, fabricado sem a utilização de solventes químicos – feitos inéditos no Brasil e no mundo. Essas novas tecnologias se aliam à sustentabilidade e ao desenvolvimento local – a matéria-prima é fornecida por cooperativas de fruticultores da região, beneficiando assim diversas famílias.

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