Plataformas de Tecnologia fortalece parceria entre indústria e universidade

Publicado em: 13/08/2015 às 16:36
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Empresas incubadas no PIEBT e pesquisadores da Universidade Federal do Pará apresentaram sua vitrine tecnológica durante reunião na Fiepa, realizada na quarta-feira, 12, na sede da federação. O encontro foi convocado pelo presidente da Fiepa, José Conrado, e pelo reitor da UFPA, Carlos Maneschy. O evento reuniu empresários, pesquisadores, gestores de ambientes de inovação tecnológica Agência de Inovação da Universidade Federal do Pará (Universitec) e do Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá), parlamentares e representantes de setores industriais do Estado.

O objetivo da iniciativa Plataformas de Tecnologia entre UFPA e o Sistema Fiepa é fortalecer a parceria entre a indústria e a Universidade. Por meio de ferramentas tecnológicas de conexão desenvolvidas na UFPA, através da Agência de Inovação Tecnológica do Pará – Universitec e do Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá, a expectativa é tornar mais frequente a intermediação das demandas de inovação do setor produtivo com as propostas de soluções e serviços tecnológicos desenvolvidos nestes ambientes inovadores.

“Existe muito conhecimento enclausurado na universidade. Nosso desejo é que essa plataforma de tecnologia traga para a indústria essa inovação pensada na universidade”, declarou Gualter Leitão, que na ocasião representou o presidente da federação.

“A academia e o setor produtivo industrial tem em comum a geração de capital – seja ele humano, econômico, financeiro ou social. Temos interesses convergentes. Na gênese, nossos interesses em nada tem de conflitantes. E a UFPA tem feito um esforço intenso nos últimos anos para o fomento da cultura do empreendedorismo, afim de que nosso estudantes não vislumbrem apenas ser empregado, mas tornarem-se empregadores. Acredito, então, que educação e ciência – tecnologia e inovação – são fundamentais nesse fomento, e para isso, os interesses da academia e da indústria têm que estar afinados”, destacou Carlos Maneschy.

Para Gonzalo Enríquez, diretor da Universitec e convidado para compor a mesa do encontro, a iniciativa que propõe aproximar academia e indústria é um passo importante para dar vazão às soluções inovadoras para o mercado desenvolvidas dentro da universidade. ” Esta plataforma de interação vem a mostrar como é fundamental estreitar as parcerias com os diversos segmentos da indústria paraense. Os desdobramentos concretos serão as diversas reuniões mais específicas entre a academia e a indústria  e uma visita a laboratórios de UFPA, para conhecer, in loco, os ativos tecnológicos e a infraestrutura existente”.


Vitrine tecnológica

Participaram das apresentações de pesquisas e produtos desenvolvidos na UFPA Newton Sure Soeiro

do Instituto de Tecnologia da UFPA, representante da Faculdade de Engenharia Naval; Hito Braga, também de Engenharia Naval, Alberdan Santos, da Faculdade de Biotecnologia da UFPA, e Helder Cardoso, do Compostos Bioativos da Amazônia (CVACBA).

Empresas incubadas pelo PIEBT – Universitec também estiveram presentes. Remo Magalhães, da Dynamis Techne, falou sobre a excelência da empresa na avaliação de estruturas. Luciana Centeno, recentemente aprovada no edital do PIEBT e nome à frente do Clube de Empreendedorismo da Universitec, apresentou a spin-off Nayah Sabores da Amazônia, que busca verticalizar a produção do chocolate na região, explorando os insumos locais e as propriedades funcionais do cacau. “Nossa proposta é desenvolver um chocolate de alta qualidade, destacando seus aspectos funcionais e o comprometimento em envolver as comunidades locais no processo produtivo. Há um nicho mundial que busca produtos da Amazônia, produtos saudáveis e produtos social e ambientalmente comprometidos, produzidos com ética e sem usar mão de obra análoga à escravidão”, destacou Luciana, PHD em Engenharia de Alimentos.

Daniel Bentes falou sobre a Ensolaris, empresa também recentemente aprovada no edital do PIEBT. Voltada para o desenvolvimento de tecnologia de energia solar, a proposta da empresa chamou a atenção da indústria e suscitou debates sobre a urgente necessidade de se pensar alternativas de geração de energia mais barata e limpa diante do atual cenário de iminente crise energética. De acordo com Bentes, por meio de um investimento médio de R$ 40 mil, é possível reduzir a conta de energia doméstica de R$ 400 para R$ 80 mensais. “Damos 25 anos de garantia, e vale destacar que trata-se de uma energia limpa, com responsabilidade socioambiental”.

Para o reitor da UFPA, Carlos Maneschy, essa aproximação entre a academia e a indústria é fundamental para o desenvolvimento de ambas as partes. “Não há como empreender e inovar se os interesses da universidade não estiverem imbricados com os interesses dos setores produtivos. A UFPA é um paneiro de ideias. Precisamos promover reuniões recorrentes e setorizadas para filtrar os projetos que efetivamente atenderão as demandas da indústria”, destaca.

O assessor econômico do Sistema Fiepa, José do Egypto, mencionou que a iniciativa amadurece o relacionamento com a Universidade, que já resultou em outras parcerias como a da criação da primeira Escola Fluvial do Senai, que irá levar capacitação profissional aos municípios do Marajó, formalizada em convênio assinado, em fevereiro deste ano, entre a UFPA, por meio da Faculdade de Engenharia Naval e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), do Sistema Fiepa, que visa contribuir para o desenvolvimento do Arquipélago de Marajó. “Este evento formaliza a disponibilidade da Universidade, com seus 449 laboratórios de pesquisa e desenvolvimento, em oferecer suas expertises para a indústria paraense, que também deve apresentar suas demandas”, reforça.

Novas reuniões técnicas envolvendo pesquisadores e empreendedores vinculados aos ambientes de inovação tecnológica presentes na UFPA e representantes das indústrias deverão ocorrer nos próximos meses com o objetivo de aproximar mais as demandas do setor produtivo e as potenciais soluções e serviços tecnológicos desenvolvidos na Universidade. “A partir deste momento, o desafio maior será o de criar nas indústrias e nos sindicatos de indústrias o hábito de procurar a Universidade para desenvolver tecnologias e novos produtos alinhados com as necessidades do setor”, conclui Gualter Leitão.

 

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