Paulo Azevedo compõe mostra de aniversário da Universitec

Publicado em: 10/04/2015 às 16:36
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O período de celebração do aniversário de seis anos da Universitec recebeu um generoso presente: telas do artista plástico Paulo Azevedo foram cedidas para compor a exposição que ocupa a sede da Agência de Inovação Tecnológica da UFPA.

Artista plástico há quase 30 anos, Paulo Azevedo é um pintor. Por volta dos 10 anos de idade, quando era estudante de escola pública, o artista já apreciava as fotos de quadros que via na biblioteca do colégio. “Enquanto meus colegas liam gibis, livros de história, eu via livros de arte. Gostava dos impressionistas, dos concretistas, achava bonito. Mas ainda não havia pensado em ser artista”, rememora. Tempos depois, se deparou com um livro, o “Pinturas Abstratas”, com obras da japonesa naturalizada no Brasil Tomie Ohtake. Foi um divisor de águas na vida do pintor. “Ela passou a pintar aos 50 anos de idade e hoje é uma das maiores pintoras vivas do país. Comecei a entender que era possível fazer o que ela fazia, e aquilo me mudou”. Foi quando ele começou a ensaiar traços abstratos com carvão e lápis de cor, mas relutava em mostrar para os outros. Guardou para si a paixão, ainda em processo de descoberta, para dar vazão a outro talento: a natação, à qual se dedicou por alguns anos.

Paulo – que também é arquiteto por formação – relembra que costumava passar por uma galeria de arte onde eram ministradas aulas de pintura. Um dia, viu dentro do ateliê uma pessoa desenhando um rosto. “Fiquei impressionado. Perguntei se aquela pessoa poderia me ensinar a fazer aquilo, a pessoa disse que sim. Eu repetia o que ela me ensinava incansavelmente”. Passou a desenhar rostos para ganhar dinheiro. Com o passar do tempo, percebeu que precisava de mais. “Vi que não era aquilo. Que aquela era a ponta do iceberg. Percebi que eu era movido por outra coisa: pelas cores”.

Aos 17 anos,expôs oito obras no Centur. Desde então, em sua trajetória, foram exposições individuais e coletivas no Pará, no Rio, em São Paulo e em galerias europeias – além de prêmios em salões como Arte Pará, Arte Jovem de Santos-SP, Salões da Aeronáutica e da Marinha, da Listel, entre muitos outros.

Para suprir a falta de espaço, tanto para expor quanto para criar, o pintor deu um passo grande: inaugurou seu próprio Espaço Ateliê. Nele, gasta suas horas entre criações anteriores e as ideias – seja para revisitá-las ou para dar origem a trabalhos novos. Paulo muitas vezes revisita suas próprias obras, já que, para ele, elas nunca estão prontas e encerradas. “A gente nunca termina uma pintura. É simplesmente a questão de ter maturidade pra saber o momento certo de parar”, explica. Talvez só seja possível deixar a porta entre obra e autor aberta porque os limites concretistas não existem na obra de Azevedo. “Minha pintura abandonou a forma e escolheu a cor. Não tenho mais preocupação com linhas”, revela.

 

 

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