Kaiporas: quando cultura, sabor e um marketing digital poderoso compõem uma receita de sucesso

Publicado em: 10/03/2016 às 20:19
Tempo de leitura: 4 minutos

“A campanha era sobre as novas reações que os usuários poderiam ter nos posts do Facebook. A estratégia foi usar personalidades nacionalmente conhecidas por serem paraenses e usar gírias daqui para ilustrar essas reações, e a foi aí que pensamos ‘ÉGUA, isso vai dá muito certo!’. E não deu outra, foi um sucesso”, conta Lucas Sales, que integra o Clube de Empreendedorismo da Agência de Inovação Tecnológica da UFPA – Universitec.

Confira a entrevista exclusiva concedida pelos sócios, e conheça a trajetória de uma empresa que nasceu para propor uma solução a um problema, enfrentou desafios, traçou metas para a construção da essência da marca, e esbanja criatividade e inovação para arrebanhar o público:

Como o Kaiporas surgiu?

Heitor: A ideia do Kaiporas surgiu em uma viagem pra SP, em março do ano passado (2015), a partir de duas experiências: uma boa e uma ruim. A boa foi que eu levei uma garrafa de cachaça de jambu, e me diverti bastante ao redor dela lá. Fiquei orgulhoso de falar do meu estado, contando as histórias daqui, do jambu, do gosto do açaí. Foram motivos perfeitos pra conhecer uma galera legal. A experiência ruim foi que eu comprei alguns bombons na pressa, pra levar pra uns amigos, e os bombons chegaram quase que com gosto de sabão, sabes? Então, vi o quão injusto era aquilo. Considerando nosso contexto gastronômico, eu tinha certeza que dava pra fazer melhor. Chegando aqui, eu resolvi cobrir um erro com um acerto. Fiquei com a ideia fixa de um bombom com cachaça de jambu. Mais ou menos em julho, testei, deu certo e vi um mundo de possibilidades muito interessante a partir disso. Então, virou o Kaiporas.

Sei que os sócios são de áreas nada afins à gastronomia, e aprenderam a preparar os bombons graças à internet. Esse formato surpreendente de negócio revela um perfil ousado dos jovens empreendedores, que reúnem conhecimentos de maneira transversal e ousada.

Heitor: Sobre a internet, ela é uma ótima ferramenta, desde atendimento até pesquisa de mercado. Mas o aprendizado inicial mesmo do negócio foi com a minha tia, chamada Silvani. Ela tem uma empresa de buffet e atua na área há anos. A partir daí pegamos a base do tradicional e falamos: ‘ok, agora vamos criar em cima disso’. Aí é um investimento diário de tempo em pesquisas, comparações e tentativas para testar novas ideias na prática.

Nós costumamos brincar que antes de um projeto de gastronomia, o Kaiporas é o nosso projeto de comunicação, quase de experimentação. Afinal, saímos de agências pra isso. Virou meio que um compromisso pessoal não vender só o doce, mas sim de vender histórias. Pode parecer aquele papo de publicitário, mas cada aspecto, desde a embalagem de papel ou o ponto de venda com folha de cacau. Ou um sabor que lembra a infância, ou um ingrediente vindo de uma cooperativa. Cada pedacinho disso diz alguma coisa.  Escolher vender a cultura de um lugar, estudar comportamento e traduzir isso em símbolos é uma realização gigante.

Recentemente vocês emplacaram uma campanha muito bem sucedida no Facebook. Aliás, o marketing digital da Kaiporas é incrível, e é desenvolvido por vocês. Fala um pouco de como é pensar um negócio na atualidade, quando o contato com cliente é constante e o marketing em rede faz toda a diferença.

Lucas: O Kaiporas nasceu na comunicação, em uma agência de marketing digital. O berço é online, mas o que fazemos off-line é que nos faz diferentes, desde a linguagem até os sabores. Eu e meu sócio somos heavy users das redes sociais, por isso sabemos que nelas o conteúdo é rei. Nosso marketing é voltado para o conteúdo, queremos mostrar que a melhor propaganda é o negócio com alma, e o Kaiporas carrega e pratica esse discurso.

Somos insanamente focados na experiência do usuário, por isso não vendemos apenas bombons com sabores inovadores. Vivenciamos na prática o pertencimento local, empoderamento feminino, incentivo das cadeias produtivas muitas coisas que muitas marcas só colocam no plano marketing pra conseguirem conquistar uma parte do mercado. Nós, não. Nós fazemos isso na prática.

Recentemente lançamos uma campanha no Facebook que teve quase meio milhão de pessoas alcançadas em todo o Brasil. A campanha era sobre as novas reações que os usuários poderiam ter nos posts do Facebook. A estratégia foi usar personalidades nacionalmente conhecidas por serem paraenses e usar gírias daqui para ilustrar essas reações, e a foi aí que pensamos ‘ÉGUA, isso vai dá muito certo!’. E não deu outra, foi um sucesso.

Heitor: Os hábitos de consumo vêm sendo cada vez mais pautados no significado das coisas e nos motivos pra existir, do que exatamente no produto em si, não é? E percebemos que essa linha de pensamento vem sendo aceita positivamente pelo público. A página, por exemplo, em pouco tempo e sem patrocínio, já está perto dos 5 mil likes. Picos de mais de 380 mil pessoas alcançadas. Vários outros estados já cobraram nossa presença pra fora do Pará e hoje vemos o quanto o digital virou um espaço aberto pras pessoas rirem um pouco, sugerirem e criarem o desejo de ser legal com alguém. De tornar uma rotina mais doce de vez em quando.

Para a páscoa, o Kaiporas traz alguma novidade?

Heitor:Teoricamente, quase um terço do faturamento anual de uma empresa de chocolates é na Páscoa. Logo, Estamos trabalhando muito pra vir inovações de primeira por aí, o que inclui foco em algumas demandas de mercado ainda pouco exploradas no estado, sabores novos e nossos primeiros ovos de páscoa.

Lucas: Na próxima semana, vamos lançar os ovos trufados com sabor de novo recheio, com uma castanha que leva o nome do pará, mas com um toque especial que vai fazer toda a diferença.

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