Cacau do Pará está presente na maior parte dos ovos de Páscoa

Publicado em: 29/02/2016 às 20:59
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O convidado na Entrevista de Valor do Em Conta desta quarta-feira (24) é o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará, Carlos Xavier. O assunto tem a ver com o feriado de Páscoa e o consumo de chocolate, que costuma aumentar nesta época. Tudo porque o Pará ocupa hoje 160 mil hectares de terra, na Amazônia, com pretensão de chegar aos 400 mil, o que dá o segundo lugar no país, logo depois da Bahia, na colheita de amêndoas de cacau, de onde sai o chocolate.

“Que todos aqueles que nesta Páscoa – diz o entrevistado – cheguem até a uma gôndola de supermercado ou casa que vende chocolate tenham a certeza que o produzido no Pará tem o sentido da proteção do meio ambiente e tem a sustentabilidade como forma de proteção de nossa floresta”.

O presidente da Daepa explica que o plantio de cacaueiro, que começou ao longo da Transamazônica, perto da cidade de Medicilândia, na verdade não atinge a floresta pelo seguinte:

“A expansão da agricultura e de grãos no Pará acontece exatamente na área de pastagem e não se derruba mais uma árvore da floresta, porque existe o compromisso do desmatamento zero, desde 2008, com o projeto Preservar, desde quando está sendo feito uma substituição de culturas agrícolas nas áreas antes destinadas à pastagem de bois, que ainda representa a maior presença na economia do estado”.

Em termos de números, o entrevistado Carlos Xavier informa que, no levantamento feito em 2008, apurou-se que no Pará, por ter sido colonizado pelo boi, 30 milhões de hectares tinham sido retirados da floresta, 90% deles destinados à pecuária, às pastagens. Isto representa 24% de área usada pelo homem onde era floresta, que hoje ainda soma 76% da área total do estado.

A partir de 2008, com o Projeto Preservar, ficou decidido que dos 30 milhões de hectares de área desmatada no Pará, 14 milhões serão retiradas das áreas de pastagem, que continuam com os 16 milhões de hetares. Na troca de uso da terra desmatada entram agora 4 milhões para reflorestamento, 3 milhões para palma de óleo, e outros usos, como a plantação de cacau.

Quanto ao cacau do Pará, segundo maior produtor do país, o presidente da Faepa, Carlos Xavier, diz a tendência é aumentar, mas sem concorrer com o cacau da Bahia, em primeiro lugar, porque se trata de produtos com qualidades diferenciadas e, por isso, diz ele, os dois estados são parceiros. Quanto ao Brasil, hoje está no equilíbrio e dentro de dois anos pode voltar a exportar o cacau. Na verdade, diz ele, o Pará já exporta o chocolate, mas ainda é pouco.

 

Fonte: EBC Rádios