Texto adaptado da edição de 9 de julho de 2023 do jornal O Liberal, redação de Camila Guimarães
A Universidade Federal do Pará (UFPA) celebrou, esta dia 2 de julho, seu 66º aniversário como uma das melhores universidades da América Latina, de acordo com levantamento da companhia britânica Quacquarelli Symonds (QS). Mesmo enfrentando uma crise financeira e orçamentária nos últimos seis anos, a instituição tem se consolidado como produtora de conhecimento sobre a região amazônica e alcançado conquistas significativas.
O Reitor Emmanuel Zagury Tourinho destaca o papel fundamental da universidade na produção científica e no avanço do conhecimento sobre a Amazônia: “Nós viemos de reduções orçamentárias desde 2016. No orçamento de 2023 tivemos um pequeno complemento, mas ainda não voltamos para o patamar de financiamento anterior à crise. Contudo, nós temos dado todas as condições para que os grupos de pesquisa continuem trabalhando e se desenvolvendo e temos colhido resultados muito bons. A produção científica da universidade cresce de forma exponencial, a qualidade dessas publicações cresce em níveis internacionais.”
Nos últimos seis anos, a UFPA abriu mais de 40 cursos, abrangendo graduação, mestrado e doutorado. Além disso, obteve resultados extraordinários na última avaliação nacional da pós-graduação, com 57 cursos de mestrado e doutorado melhorando suas notas. Essas conquistas refletem o compromisso da universidade em expandir as oportunidades de formação na região e reforçar sua posição como produtora de conhecimento de qualidade.
Com presença em 76 municípios paraenses, a UFPA congrega cerca de 50 mil estudantes e 7 mil servidores, entre docentes e técnicos administrativos. No entanto, a universidade enfrenta desafios relacionados à falta de profissionais para atender à demanda crescente. O reitor ressalta a necessidade de equilibrar o quadro de professores e técnicos em relação ao número de alunos e espera que o governo crie mais vagas para suprir essa demanda.
A UFPA desempenha um papel importante na Amazônia, não apenas como produtora de conhecimento, mas também por meio de serviços e assistência à população. A universidade conta com dois hospitais universitários de alta complexidade, que atendem exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e são referência em diversas áreas médicas. Além disso, possui o Teatro Cláudio Barradas, um importante espaço cultural, e o Museu da Universidade, bem como diversos laboratórios e clínicas.
Em 2024, a UFPA será a sede do encontro anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), considerado o maior evento científico da América Latina, bem como, Belém do Pará, já em 2025 será palco importante do maior evento sobre mudanças climáticas do planeta. Essas oportunidades serão cruciais para destacar os problemas enfrentados na Amazônia e levantar pautas relevantes para a região, tanto em âmbito nacional quanto internacional. A UFPA já tem mostrado seu papel decisivo na sua estratégia de inclusão social, diversidade de gênero, classe e origem étnico e, principalmente, de qualidade e excelência, na formação dos seus alunos e qualificação de professores e técnicos.
“A comunidade científica da Amazônia deve fazer uma intervenção firme nesse debate sobre o que deve ser essa agenda científica nacional, com respeito à região. É muito importante para que a comunidade científica se prepare para dar o tom e chamar atenção para o que nós entendemos que são os grandes problemas da Amazônia e o que nós entendemos que precisa ser uma agenda nacional em favor da Amazônia”, ressalta Tourinho.