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Incêndios mais que triplicaram em agosto deste ano na Grande Belém, diz Corpo de Bombeiros

As ocorrências de incêndio na região metropolitana de Belém em agosto deste ano mais que triplicaram em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com o Corpo de Bombeiros.

Segundo a corporação, em 2019, de 1º a 19 de agosto, foram 70 ocorrências de incêndio, enquanto que em 2020, no mesmo período, foram atendidas 256 casos – o aumento foi de 265,7%.

Somente no dia 19 deste mês, foram registradas 26 ocorrências de incêndio. Em uma das ocorrências, quatro casas ficaram totalmente destruídas e duas atingidas no bairro de Fátima, fazendo com que famílias perdessem tudo.

O índice de aumento contribuiu também com a formação de uma fumaça densa que encobriu a capital paraense nos dias 20 e 21 de agosto.

Curto-circuito

Segundo o Corpo de Bombeiros, as causas mais recorrentes de incêndios são fenômenos termoelétricos em aparelhos eletro/eletrônicos, como curto-circuito e sobrecarga de energia. Em seguida, ocorrem devido a vazamento de gás de cozinha próximo às fontes de combustão e a queima de lixo em área de vegetação na área urbana.

Alex Fernandes, executivo de segurança da concessionária Equatorial Pará, explica que as ocorrências nas instalações elétricas internas nas residências podem ocorrer por diversos fatores, entre eles:

  • construções próximas à rede elétrica;
  • ligações clandestinas;
  • e superaquecimento.

“Muitas vezes, os clientes, por exemplo, utilizam uma extensão, onde são ligados diversos aparelhos, como celular, TV, e isso gera uma sobrecarga que pode acarretar em algum acidente. Isso tem sido bastante recorrente durante esse período de pandemia, quando as pessoas ficaram mais em casa”, explica.

Segundo Fernandes, a orientação é, quando possível, contratar profissional habilitado para fazer a manutenção da rede elétrica em casa; respeitar o distanciamento de 1,7 m entre instalações e redes elétricas; não fazer ligações clandestinas, que são consideradas crime; e evitar conectar diversos eletrônicos no mesmo local.

Plataforma desenvolvida no Pará permite a criação de sistemas elétricos de forma totalmente on-line.
Foto: Woca/Divulgação

Uma startup paraense, incubada no Programa de Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (PIEBT) da Universidade Federal do Pará (UFPA), criou uma tecnologia on-line para prevenir ocorrências de incêndio causadas por fenômenos termoelétricos.

plataforma Woca, um site para elaboração rápida de projetos elétricos, auxilia o usuário a desenhar a planta baixa de uma casa, por exemplo, e é possível obter em minutos, de forma semi automatizada, todo desenho técnico da instalação elétrica a ser construída ou reformada.

O projeto indica materiais elétricos adequados para a correta instalação, assim como deve ser feita a divisão de circuitos elétricos individuais, quais cabos e disjuntores devem ser utilizados, entre outros detalhes. A plataforma pode ser utilizada em formas gratuitas e pagas, que custam até R$95.

De acordo com o engenheiro eletricista Ramon Villar, diretor executivo da empresa responsável pela criação do Woca, a falta de manutenção em instalações elétricas é um fator que causa incêndios.

“Recomenda-se que as instalações elétricas sejam revisadas a cada 10 anos. No entanto, muitas residências passam décadas sem passar por uma reforma elétrica adequada, e a qualidade da instalação fica muito deteriorada e sujeita a problemas”, disse.

Altas temperaturas

Belém amanhece com nuvem de fumaça nesta quinta-feira (20).
Foto: Christian Emanoel/TV Liberal

As altas temperaturas registradas também têm relação com o aumento de ocorrências de incêndios, segundo o Corpo de Bombeiros.

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) aponta que Belém passou 20 dias sem registro de chuvas e, desde 2006, não era registrado período tão longo sem chuvas na capital paraense.

Do dia 1.º de agosto até esta terça-feira (25), de 130 milímetros esperados, choveu apenas 25 mm na capital paraense. Por conta da falta de chuvas, a sensação de calor e tempo abafado é intensificada, contribuindo com o aumento no índice de incêndios.

Por Ana Carolina Limão*, do G1 Pará
*sob supervisão de Taymã Carneiro

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