Em sua terceira edição, a Vitrine Tecnológica promoveu, mais uma vez, o compartilhamento das produções científicas elaboradas na Amazônia com a sociedade. Uma das novidades dessa edição foi o local escolhido para a realização do evento: Shopping Bosque Grão Pará. De acordo com Graça Ferraz, Coordenadora da Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica da Amazônia Oriental (Rede Namor), a escolha do lugar se deu pela grande circulação de pessoas, principalmente nesse período do ano. A ideia principal do evento foi aproximar o público que visitava o local com as produções científicas da região Amazônica, mostrando que os produtos consumidos dentro do shopping, por exemplo, nascem dos trabalhos científicos. Para tanto, o formato da Vitrine possibilitou o contato direto dos visitantes com os pesquisadores e cientistas.
Seis instituições ligadas à Rede Namor participaram da mostra: Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Estadual do Pará (UEPA), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) e Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Cada uma delas apresentou uma variedade enorme de projetos científicos, que iam de máquinas para extração de fibra de açaí à produção de compostos extraídos de plantas para uso como larvicida e repelente.
Cristine Amarante, Doutora em química e Pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi, apresentou trabalho científico voltado para a formulação de um repelente constituído de extratos, frações e óleos essenciais de plantas do gênero montrichardia, sendo o seu principal uso a inibição do desenvolvimento do Plasmodium falciparum (protozoário parasita que causa a malária em humanos, por meio da picada do mosquito Anopheles ). Ela afirma, que quando o uso dos compostos da planta estudada foi estendido às larvas do Aedes aegypti (mosquito transmissor da dengue e da febre amarela urbana), constatou-se que em menos de uma hora, os extratos dessa planta mataram 100% das larvas. Cristine, destacou a importância do evento para os pesquisadores da Amazônia como “Fundamental, pois aproxima o público com o que é desenvolvido pelos cientistas da nossa região. Nós queremos mostrar para essas pessoas os resultados das pesquisas que fazemos dentro das Universidades e Institutos. É como uma prestação de contas. Essas exposições abrem uma rede de contatos e possibilitam o intercâmbio de conhecimento”, declara.
O evento que ocorreu no dia 13 de dezembro teve início às 10h e tinha horário de encerramento previsto às 17h. No entanto, devido à procura do público, acabou se estendo até às 20h. Graça, ressalta que a experiência de fazer o evento no shopping foi muito positiva, e fez sucesso também entre os pesquisadores. Diz também que o evento é uma maneira de homenagear o trabalho científico produzido na Amazônia “A vitrine tecnológica é a forma que a Rede Namor encontrou de prestar sua homenagem à ciência, à tecnologia e à inovação que se faz na Amazônia, no Brasil e no mundo. Mostrando pras pessoas que elas podem dialogar com os inventores e terem suas perguntas atendidas, com uma explicação que as alcance, para que elas compreendam de fato como é que se dá esse processo de conhecimento e de tecnologia até o momento de chegar no mercado. Fazendo assim, uma conexão entre os cientistas e suas produções com o público que utiliza esses produtos”, encerra.
Texto: Ascom Universitec – Leonardo Carneiro