A partir de um trabalho desenvolvido na Epistemic, que é empresa-filha da Unicamp, Paula Gomez, doutora em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas, foi uma das vencedoras do Cartier Women’s Initiative Awards – prêmio que homenageia mulheres empreendedoras de todo mundo. A startup foi criada em 2015 por Paula e por sua mãe, Hilda Cerdeira. A cerimônia de premiação foi realizada em Cingapura, em abril deste ano.
“É um prêmio elaborado com extremo rigor e cuidado. Tivemos mentorias excepcionais. Fizemos um networking muito grande em Cingapura. Teremos um curso no INSEAD na França no final do ano. E finalmente, a parte em dinheiro nos ajudará a completar a fase final até nossos testes clínicos”, conta Paula.
Criada a partir de uma parceria entre mãe e filha, a Epistemic, empresa-filha da Unicamp, já desenvolveu quatro protótipos de um dispositivo capaz de prever, com até 25 minutos de antecedência, crises de epilepsia. O foco da tecnologia, que deve chegar ao mercado em 2020, é melhorar a qualidade de vida de pacientes com a doença e seus familiares. Paula conta que a ideia para a startup surgiu a partir de estudos realizados por sua mãe, que é física e ex-professora do Instituto de Física, também da Unicamp. “Ela foi convidada certa vez a dar uma palestra no Hospital Sírio Libanês na qual sugeriram que estudasse sinais de eletroencefalograma. Ela seguiu a sugestão e conseguiu achar resultados positivos relacionados a crises epilépticas”, afirma. E foi a partir desses estudos que surgiu a ideia de criar a Epistemic.
Além de alertar o usuário, o dispositivo colocado na cabeça do paciente envia uma mensagem de alerta para um aplicativo que pode ser instalado no smartphone de qualquer pessoa. “Nosso dispositivo pode melhorar a qualidade de vida de pessoas com epilepsia, abrindo portas para uma vida mais autônoma e contando com a ajuda de alguém antes mesmo da crise acontecer”, destaca Paula.
O alerta com antecedência é importante para trazer maior autonomia para pessoas com epilepsia, além de possibilitar a realização de uma série de atividades como andar de bicicleta ou trabalhar, por exemplo. “Se a pessoa souber com antecedência quando a crise vai ocorrer, ela pode exercer a atividade normalmente e parar quando for avisada. Caso seja apropriado, a pessoa também poderia tomar um medicamento indicado pelo seu médico”, completa.
Ela frisa que, atualmente, não há dispositivos como o oferecido pela Epistemic no mercado. O principal diferencial da tecnologia oferecida pela startup é, justamente, o fato de avisar com antecedência os ataques epiléticos. “Existem hoje dispositivos substitutos que podem alertar o paciente e seus responsáveis durante a crise, mas nenhum deles detecta a crise com antecedência. Portanto estes dispositivos não são capazes de trazer a qualidade de vida ao paciente que a Epistemic pretende trazer”, avalia Paula. Ainda em fase de protótipo, o dispositivo deve passar por testes clínicos e conquistar as certificações necessárias.
Mais detalhes sobre a startup estão disponíveis aqui: http://www.epistemic.com.br/
Via: Inova Unicamp