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Pesquisador do PA desenvolve prótese feita de material reciclado

Pessoas de baixa renda, que tiveram algum membro do corpo amputado, dificilmente têm condições de pagar por uma prótese, que pode chegar a custar mais de R$ 100 mil. Pensando neste problema social, o pesquisador paraense Jorge Lopes desenvolve projeto em que próteses são feitas a partir da reciclagem.

A pesquisa de Jorge Lopes começou porque ele tinha a intenção de ajudar um amigo que sofreu um acidente de trabalho. Hoje, o professor pretende usar o trabalho como tese de doutorado para ajudar outras pessoas. O teste será iniciado com pacientes de hanseníase.

Os protótipos criados são feitos à base de papelão, plástico e até PVC, além do amor ao próximo. A prótese custa cerca de 50% menos do que as demais. “O mais difícil eu já fiz, que é desenvolver a prótese. Tenho dez protótipos diferentes, cada um tem uma especificidade própria. Vou começar agora a fazer os registros dos melhores modelos para poder fechar a patente”, explica Lopes.

A estudante Alcione Viana teve a vida alterada após um acidente de trabalho no qual perdeu uma das mãos. “Fui trabalhar em um açougue, não tinha experiência nenhuma. Fui moer carne e minha mão prendeu no moedor”, conta a estudante.

Para voltar a fazer coisas simples, Alcione buscou ajuda, fez terapia e até aprendeu a usar a outra mão, melhorando alguns aspectos do dia-a-dia. O ideal seria recorrer a uma prótese, mas o custo do equipamento tornava remota a possibilidade.

Com a ajuda de um amigo, Alcione soube de um professor especializado na área e que conseguiu criar um protótipo de prótese mais barata. O terapeuta ocupacional Jorge Lopes conta que a paixão por mecânica surgiu ainda quando menino, mexendo no carro do pai.

“Moleque de oficina mesmo, consertava o carro e tudo mais. Quando chegou a época do vestibular ele (pai) queria que eu fizesse engenharia mecânica, mas sempre tive uma quedinha pela área de saúde. Acabei casando as duas coisas, por isso consegui desenvolver essas próteses. São uma união da área da medicina, a reabilitação, e a parte da biomecânica”, conta o professor.

Para conseguir uma prótese, Alcione ainda precisa de algumas seções de terapia ocupacional. Ela comparece duas vezes por semana ao laboratório na Universidade do Estado do Pará, e faz exercícios que lhe ajudam a aprender a usar o equipamento.

“Hoje em dia já mudei meus pensamentos. Quero ter minhas coisas, quero trabalhar principalmente. Trabalho, trabalho, trabalho”, diz a estudante. Quando a vida une a vontade de ajudar e a determinação, o resultado é a superação dos limites.

Fonte: É do Pará

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