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Universitec: um habitat de inovação

 

A constatação foi divulgada no mais recente Ranking Universitário realizado pela Folha, uma das principais publicações jornalísticas do país. A avaliação ratifica o lugar de destaque da UFPA como uma das mais importantes instituições de ensino do país. O investimento no desenvolvimento de tecnologia é uma área de relevância econômica e social. É a via para reescrevermos o papel do Pará, que deve superar a condição de exportador de insumos naturais, para um estado capaz de agregar valor e gerar emprego e renda. Neste horizonte, a Universitec, a Agência de Inovação Tecnológica da UFPA, figura como um dos principais polos no desenvolvimento de inovação e incentivo ao empreendedorismo tecnológico da região Norte.

A agência se constitui dentro do conceito de habitat de inovação, que são ambientes propícios ao desenvolvimento contínuo de inovações tecnológicas. Trata-se de um espaço de aprendizagem coletiva, intercâmbio de conhecimentos e práticas produtivas, de interação entre os diversos agentes de inovação: empresas, instituições de pesquisa, agentes governamentais. Agrega ainda incubadoras de empresas, parques tecnológicos, polos de inovação, aglomerações produtivos de pequeno e mediano porte e, outras experiências, principalmente consórcios empresariais.

Nesse sentido, o protagonismo da Universitec se revela em resultados: dos projetos de ponta no desenvolvimento de tecnologia contemplados em todo país pelo programa Tecnova – voltado para o incentivo à inovação e crescimento de micro e pequenas empresas – quatro são da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (PIEBT), da Universitec.

O desempenho das nossas incubadas, que concorreram com mais de 100 empresas de todo o estado, reforça o papel do PIEBT de fomentar empreendedores competitivos. O programa do Governo Federal é realizado na região em parceria com a Fundação Amazônia Paraense de Amparo à Pesquisa (Fapespa). O edital contemplou o desenvolvimento de tecnologia em áreas estratégicas que são foco das empresas que compõe o PIEBT, como aplicativos de Tecnologia da Informação para a educação interdisciplinar e biomembranas para a engenharia médica, além de serviço, educação atrelada à tecnologia e avanços em biomedicina.

A empresa Inovar aprovou o “I-Sync 3.0: uma ferramenta para visualização, sincronização e movimentação bidirecional de dados heterogêneos geograficamente distribuídos”. A Amazon Biotech, o projeto de membrana biocompatível que funciona como veículo para aplicação de fármacos em tecidos lesionados. A Amazon Dreams teve contemplado o projeto “Diversificação da linha de produtos à base de açaí”, proposta principal da empresa desde a sua formação, na busca de agregar valor aos produtos deste fruto tão característico na flora da região e marcante na cultura do Pará – superando o uso secular do açaí como commodity, e agregando valor ao produto. A MDI se destacou no edital com a proposta de investir na educação associada à tecnologia, com ambientes de aprendizado por meio da internet e laboratórios digitais, como o projeto “Desenvolvimento de aplicativos para o aprendizado com abordagem interdisciplinar”.

Atualmente no PIEBT, onze novos produtos estão sendo desenvolvidos. Em breve teremos muitas novidades no mercado. A cada projeto incubado, são oferecidas ferramentas, consultorias, acompanhamento e ambiente propício para desenvolvimento de novas ideias e processos criativos, principalmente com uso de alta tecnologia. Com a cultura empreendedora em expansão, a perspectiva é ampliar a procura por incubação nos próximos anos.

Clube de empreendedorismo

As universidades mais importantes da atualidade têm assumido um compromisso cada vez maior com o futuro de seus alunos. Para nós, não basta oferecer o arcabouço acadêmico e incentivar a pesquisa, é preciso ir além, e estimular que os estudantes se tornem donos de seus próprios destinos, sejam realizadores e empreendedores.

O Clube de Empreendedorismo da Universitec, criado em fevereiro de 2014, traz essa missão. Apesar de recente, a iniciativa já conquistou ótimos resultados. Um grupo de alunos dos cursos de engenharia civil e elétrica conquistou o segundo lugar no I Startup Weekend Belém.

O evento reuniu 40 ideias, e a mais votada, na primeira etapa da seleção, foi o aplicativo Severino, criado por Lizandra Sá, Felipe Araújo e Lucas Sales, trio integrante do Clube. Em 48h, o grupo conseguiu desenvolver a proposta do aplicativo que reúne profissionais liberais do ramo de serviços elétricos, hidráulicos e de obras.

O Clube se reafirma como um canal onde pessoas de competências diferentes podem se unir com um objetivo comum para a obtenção de melhores resultados. Há alunos das disciplinas de empreendedorismo participando de competições como a Make it Wearable da empresa Americana Intel e como a Youth Citizen Entrepreneurship Competition, promovida pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), entre outras.

A iniciativa integra a Aliança Empreendedora, da Universitec, e promove eventos, palestras, cursos e workshops sobre o tema. O Clube tem como foco dois públicos principais: o aluno que quer tornar-se um empreendedor ou aquele que quer tornar-se um profissional que traz valor a empresas já existentes, aprimorando os seus sistemas, produtos, serviços e processos através da inovação.

Proteção do conhecimento

Se por um lado há um abrangente investimento em inovação por parte da UFPA, é indispensável um esforço igualmente amplo na proteção desse conhecimento. De acordo com o ranking elaborado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) entre todas as universidades do Brasil, a UFPA possui 72 pedidos de patentes no Brasil, no exterior 12 pedidos entre Japão, EUA e União Europeia, África do Sul. Todas aptas a serem exploradas. Possui ainda 61 pedidos de registro de suas marcas sendo 22 concedidas e 1.936 registros de direito do autor junto ao escritório de direitos autorais da Fundação Biblioteca Nacional.

Tais resultados são fruto de um esforço para proteger a propriedade intelectual e industrial empreendido pela UFPA desde 1999, em registros de patentes que asseguram os direitos do autor, por meio do Setor de Propriedade Intelectual (SPI). Atualmente vinculado à Universitec e uma das frentes de serviço mais relevantes da agência, o setor é coordenado pela advogada e professora Maria Brasil.

A propriedade intelectual inclui os direitos ao autor, que protegem as obras artísticas, científicas e literárias, tais como monografias, dissertações, teses, músicas, fotografias, esculturas e projetos arquitetônicos. A propriedade industrial protege as patentes, as marcas, a indicação geográfica, o desenho industrial. A proteção das novas espécies vegetais se dá pela lei de cultivares, bem como a proteção do software, que também possui legislação específica, embora nesse último caso possa existir patente relacionada com programa de computador.

Com a criação do Setor de Propriedade Intelectual da UFPA foi efetivado um convênio com a Fundação Biblioteca Nacional. A partir daí, o setor também passou a funcionar como uma representação do escritório de direitos autorais da fundação no Pará.

Parcerias

Como um habitat de inovação tecnológica, a agência realiza as ações de interação da indústria com o mundo acadêmico, relacionados à agregação de valor às matérias primas. Nessa articulação entre diversos atores e terreno fértil para uma economia do futuro, a Universitec têm atraído interesses de renomadas instituições.

Dentre os parceiros mais recentes, a Federação da Indústria do Estado do Pará (Fiepa), que anunciou a assinatura de um convênio junto à UFPA para a elaboração de uma “balsa escola”, que irá percorrer as comunidades ribeirinhas do Marajó e as ilhas vizinhas a Belém, promovendo cursos de capacitação profissional. O projeto da balsa será desenvolvido pelos alunos do curso de Engenharia Naval. A parceria inclui ainda o edital do programa de incubação da Universitec, que este ano busca incorporar os projetos que mais se adequem às demandas do setor industrial.

A parceria com o Banco da Amazônia irá possibilitar o financiamento ao desenvolvimento das empresas de inovação incubadas pelo PIEBT na Universitec. O apoio financeiro deve ser direcionado para as empresas selecionadas no edital 2014, a ser lançado ainda no primeiro semestre deste ano. A Incubadora PIEBT oferece, desde 1995, apoio técnico e gerencial para a criação e desenvolvimento de empresas que utilizam tecnologia como um dos seus principais insumos, com enfoque não exclusivo, porém preferencial, nas áreas de Produtos Naturais (alimentos, cosméticos, perfumaria e fitoterápicos), Biotecnologia, Metal Mecânica, Tecnologia da Informação e Comunicação-TIC, Tecnologia Mineral, Design, Energia e Indústrias de Transformação em geral.

A parceria com o Banco da Amazônia corrobora com o apoio da Fiepa junto ao edital 2014 do PIEBT. Nosso edital foi moldado para atrair empresas que atuem em áreas de interesse direto da indústria do estado, em função de um acordo com a Fiepa, que apontou as áreas e principais segmentos. Estar próximo da indústria e investir na pesquisa de tecnologia para o desenvolvimento desse mercado é indispensável.

A seriedade do trabalho e os bons resultados alcançados pela Universitec culminaram na parceria para o desenvolvimento de biotecnologia com a Martinica. O presidente Serge Letchimy visitou a agência para discutir a mútua coloração do país caribenho com o maior instituto de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia do Pará, a UFPA, por meio da Universitec. Na pauta de ações, desafios relacionados às mudanças ambientais e climáticas, e a proposta de possibilitar soluções inovadoras para as duas regiões. O próximo passo é enviarmos uma comitiva de pesquisadores e gestores da UFPA até a universidade da Martinica para que seja consolidado o intercâmbio de conhecimento.

Por fim, num parâmetro geral e atual das ações da Universitec, o que posso garantir, como diretor da agência, é que temos uma missão desafiadora e imperativa na Amazônia: fazer da tecnologia o caminho para aliar desenvolvimento e sustentabilidade, explorar de maneira ética e consciente a biodiversidade, e buscar alternativas para uma economia mais limpa e mais humana, capaz de distribuir riqueza e investir na educação. O que fazemos na Universitec é vislumbrar um futuro surpreendente e inovador.

 

Artigo assinado por Gonzalo Enríquez, diretor da Universitec, e publicado na revista Pará Industrial, edição 28, ano 6, de julho de 2014.

 

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