Dos projetos de ponta no desenvolvimento de tecnologia contemplados em todo país pelo programa Tecnova – voltado para o incentivo à inovação e crescimento de empresas de micro e pequeno porte – quatro são da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (PIEBT), da Universitec, a Agência de Inovação Tecnológica da Universidade Federal do Pará (UFPA).
O programa do Governo Federal é realizado na região em parceria com a Fundação Amazônia Paraense de Amparo à Pesquisa (Fapespa), que aprovou, no seu mais recente edital publicado no final de abril, o desenvolvimento de tecnologia em áreas estratégicas que são foco das empresas que compõe o PIEBT, como aplicativos de Tecnologia da Informação para a educação interdisciplinar e biomembranas para a engenharia médica.
Por meio da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) e intermédio da SECTI ( Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação), o edital da Fapespa contemplou as empresas Amazon Dreams, Inovar, MDI e Amazônia Biotech, que integram o PIEBT.
Lançado no começo deste ano, o edital tem por objetivo apoiar, por meio da concessão de recursos de subvenção econômica, o desenvolvimento de produtos e processos inovadores de empresas do Pará para o desenvolvimento dos setores econômicos considerados estratégicos nas políticas públicas federais e aderentes à política pública de inovação do estado.
“O objetivo principal do Programa de Subvenção Econômica à Inovação é promover um significativo aumento das atividades de inovação e o incremento da competitividade das empresas e da economia da região. Desta forma, o edital visa apoiar projetos que envolvam risco tecnológico associado a oportunidades de mercado”, destaca o presidente da Fapespa, Mário Ramos Ribeiro.
Ribeiro frisa ainda que o grande diferencial do Tecnova Pará em relação aos outros programas de incentivo aos micro e pequenos empresários e que, além de conceder recursos financeiros, o programa oferece consultoria técnica aos projetos selecionados, disponibilizando profissionais de administração, engenharia de produção, advocacia, economia e finanças e contabilidade.
Açaí na alimentação, cosmética e farmácia
Incubada desde 2009 na agência, a Amazon Dreams aprovou o projeto “Diversificação da linha de produtos à base de açaí”, proposta principal da empresa desde a sua formação, na busca de agregar valor aos produtos deste fruto tão característico na flora da região e marcante na cultura do Pará.
“O açaí vem sendo tratado como um commodity pelas empresas consumidoras de sua polpa e a Amazon Dreams tem a missão de mudar esse cenário, trazendo produtos de alta tecnologia e inovadores à base de açaí ao mercado, tornando a região um referencial na extração de antioxidantes produzidos com matrizes amazônicas e a partir de tecnologia totalmente desenvolvida na região, tendo como base a sustentabilidade da Amazônia”, explica Afonso Ramôa Jr, CEO da Amazon Dreams.
Serviços, educação e biomedicina
Outra empresa contemplada pelo edital é a Inovar, com o projeto “I-Sync 3.0: uma ferramenta para visualização, sincronização e movimentação bidirecional de dados heterogêneos geograficamente distribuídos”. A Inovar oferece ao mercado da região Norte produtos e serviços com alta qualidade e custos reduzidos. Qualquer proposta desenvolvida pelos analistas é amplamente pesquisada e discutida pela equipe técnica que busca reutilizar produtos de software pré-existentes, visando reduzir os custos de aquisição aos clientes.
Já a MDI trabalha com educação associada à tecnologia, desenvolvendo ambientes de aprendizado por meio da internet e laboratórios digitais, e com esse propósito, teve aprovado o projeto “Desenvolvimento de aplicativos para o aprendizado com abordagem interdisciplinar”. “Nossos produtos são simuladores de experiências roteirizadas nas áreas de matemática, física, química do ensino fundamental e médio, abrangendo, ainda, engenharia aplicada”, explica o pesquisador da MDI Manoel dos Santos Sena.
Ousado também é o trabalho da Amazônia Biotech, que aprovou o projeto “Desenvolvimento de biomembranas com aplicabilidade em engenharia médica/ biomédica para infusão lenta e constante de compostos bioativos da Amazônia”. Com título autoexplicativo, a pesquisa busca produzir membrana biocompatível que pode ser usada como veículo para aplicação de fármacos em tecidos lesionados que atenderá a institutos e empresas de pesquisas e hospitais de alta complexidade das redes pública e privada. “Nosso intuito é buscar ainda incluir o uso de produtos naturais oriundos da Amazônia no desenvolvimento da biomembrana”, diz Carlomagno Pacheco Bahia, pesquisador da empresa.
Incubadora PIEBT/Universitec
A Incubadora de Empresas PIEBT/Universitec, da UFPA, está prestes a completar 20 anos de contribuição para o desenvolvimento do empreendedorismo baseado em ciência e tecnologia e na disseminação de conhecimentos gerados na UFPA. Ao longo desse tempo, já foram apoiadas mais de 40 empresas e projetos nas áreas de biotecnologia, produtos naturais, alimentos, cosméticos, dermocosméticos, fitoterápicos, energia, tecnologia da informação e comunicação e design. Entre os que já passaram ou ainda estão instalados na Incubadora, encontram-se Chamma da Amazônia, Amazon Dreams, Inovar, Digitalizar, Dynamis Techne, ITAIC, BIO+, Amazon Biotech, Mundo Digital Interativo e Syanz. Entre as que receberam premiações regionais e nacionais, estão a Chamma da Amazônia e a Amazon Dreams. Ambas têm atuação nos mercados nacional e internacional.
Atualmente, o PIEBT integra a Agência de Inovação Tecnológica da UFPA com um espaço físico destinado a alojar temporariamente micro e pequenas empresas. “A Incubadora oferece uma série de serviços de suportes técnico, gerencial e operacional, tais como: cursos de capacitação gerencial, assessorias, consultorias e orientação na elaboração de projetos para instituições de fomento”, destaca Iara Oliveira, coordenadora do PIEBT.